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Mostrando postagens de novembro, 2023

Práticas Integrativas e Complementares (PICs): Uma Nova Perspectiva para a Qualidade de Vida

Qualidade de Vida: Um Conceito Amplo A qualidade de vida é um termo abrangente que engloba vários aspectos da existência humana. Não se limita apenas à saúde física, mas também inclui bem-estar emocional, social e espiritual. A qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores em que vive, e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Em um mundo cada vez mais acelerado e estressante, a importância de manter uma boa qualidade de vida tornou-se uma prioridade. Práticas Integrativas e Complementares (PICs): Sucesso Global As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) são definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma ampla gama de práticas de saúde que não fazem parte da tradição do país e não estão totalmente integradas em seu sistema de saúde predominante. O sucesso global das PICs pode ser atribuído a vários fatores. Primeiramente, as PICs oferecem uma abordagem holística para a s

Melancolia X Depressão

 A palavra “melancolia” foi criada pelo Grego Hipócrates, conhecido como o pai da medicina, por volta do século IV a.C. Ela vem da junção das palavras gregas “mélas” (negro) e “cholé” (bílis), significando "bílis negra". Inicialmente, a melancolia era definida como um conjunto de sintomas, incluindo tristeza profunda, perda de apetite e apatia. No entanto, foi apenas séculos depois que o pai da psicanálise, o austríaco Sigmund Freud, a definiu como um “luto sem perda”, descrevendo-a como um processo patológico que requer abordagens e tratamentos específicos. Diferença entre Melancolia e Depressão É comum confundir melancolia com depressão, mas, apesar de sutis, existem diferenças significativas entre essas duas condições que requerem cuidados específicos. Depressão A depressão é uma doença que pode ser desencadeada por fatores hereditários, bioquímicos, genéticos ou ambientais. Ela afeta significativamente o desempenho de uma pessoa, muitas vezes incapacitando o raciocínio, o

A Transferência na Clínica Psicanalítica

 A transferência é uma das ferramentas mais importantes com as quais o psicanalista pode trabalhar. Não é um fenômeno exclusivo da psicanálise, mas sim universal, pois é inerente aos relacionamentos humanos. Nunca nos relacionamos com os outros apenas como eles são, mas sim de acordo com nossa própria percepção. Essa percepção é moldada por nossas fantasias conscientes e inconscientes, nossos conflitos internos e a maneira como selecionamos e interpretamos nossa visão de mundo. É crucial que o analista reconheça a atuação da transferência e os tipos que surgem no setting analítico para poder interpretar e ajudar o paciente a entender mais sobre sua vida, suas relações com familiares e experiências tanto do passado quanto do presente. O analista deve estar preparado para ouvir a versão dos fatos do paciente. Na clínica, o analista trabalha com a interpretação do que o paciente fala, baseando-se em fatos narrados e em fantasias conscientes e inconscientes do que aconteceu. Isso é diferen

A Histeria e a psicanálise

 O termo “histeria” tem suas raízes na antiguidade, sendo utilizado inicialmente por Hipócrates. Ele acreditava que a causa da histeria fosse um movimento irregular de sangue do útero para o cérebro. No entanto, o conceito de histeria como conhecemos hoje na psicanálise foi desenvolvido por Sigmund Freud e seus colaboradores. Sigmund Freud, enquanto ainda clinicava com seu professor Jean-Martin Charcot, um mé-dico que introduziu o método de sugestão hipnótica, observou que suas pacientes histéricas aparentemente não apresentavam sinais físicos contundentes que justificassem suas quei-xas. Charcot demonstrou que era possível induzir as pacientes ao inconsciente quando as colocava em estado hipnótico e enviava comandos para que elas chegassem à origem de seu problema. Freud, juntamente com Breuer, após seu retorno a Viena, iniciou estudos mais aprofunda-dos. Utilizando a sugestão hipnótica, eles observaram que a histeria estava associada a traumas e conflitos íntimos na vida dessas mulhe

Entendendo o conceito de Foraclusão

 “Todo indivíduo é, na verdade, apenas medianamente normal. O ‘Eu’ de uma pessoa normal pode se assemelhar ao do psicótico em maior ou menor grau.” - S. Freud. A palavra ‘foraclusão’ ou forclusão, foi proposta por Lacan para nomear uma falha psíquica que surge como resposta do ‘Eu’ ao impacto violento de um trauma vivido na infância. Em comparação com o recalcamento do neurótico, que defende e impede a lembrança de ressurgir, a foraclusão não reconhece a lembrança do significante com o objetivo de evitar sentir a violência do choque traumático. É a ausência do significante do Nome-do-Pai no lugar do Outro que confere ao psicótico a especificidade de sua sintomatologia e a particularidade das condições (e dificuldades) de suas relações com o outro e com a realidade. Lacan via a foraclusão do Nome-do-Pai como o mecanismo característico da psicose. Em “Uma Questão Preliminar a Todo Tratamento Possível da Psicose”, ele escreveu: “Eu vou, portanto, tomar Verwerfung como foraclusão do signif